segunda-feira, junho 27, 2005

Marca d'água.

As pessoas que ficaram. As que desapareceram. As que foram desaparecendo. As coisas que dissemos, escrevemos, fizemos. Ou que omitimos propositadamente. O que vimos e o que não vimos. A comida que comemos. As coisas de que não nos conseguimos esquecer. O que ficou e o que não ficou. Os sítios. Os objectos. Os cheiros. Os sons. As caras e partes das caras, decompostas à mínima fracção.

(E tudo o que é agora, sem o ser realmente.)

Explicação pela imagem.

Fascina-me a pele das coisas.

sexta-feira, junho 24, 2005

Presença-presença.



Sobre horizontes de expectativa.

Dou por mim a ficar surpreendido quando, ao correr uma série de textos escritos há um ou dois anos, descubro que já tive expectativas sobre várias coisas em relação às quais, hoje, sou profundamente indiferente (e cada vez mais).

Alguém me explica...

A questão de escrever e manter um blog? Acho que ainda não percebi bem.

quarta-feira, junho 08, 2005

Reticências.


E, depois, veio o calor.

Nunca me dei bem com temperaturas mais altas. Tudo o que seja acima dos vinte e cinco graus é-me, por definição, difícil de suportar. Estou sentado no sofá da sala, depois de ter fechado as portadas da janela do meu quarto. O bafo quente do dia invade a casa, não obstante as minhas tentativas de piramidização. Vou à cozinha. Atravesso novamente o corredor e sento-me debaixo do piano - curiosamente, o sítio mais fresco da casa - a beber café frio e a ouvir o E luxo so, dos Labradford; a faixa número cinco em repeat. Acabo o café e deito-me aqui, a pensar. Adormeço, cansado.

(Quando acordar, terá já escurecido.)


segunda-feira, junho 06, 2005

Vida (2).


domingo, junho 05, 2005

Madrugada-manhã.

É quase manhã. Consigo ouvir o cantar dos pássaros através da janela do quarto. Fico sentado na cama, perdido entre um sono que se recusou a chegar e um despertar prematuro. No prédio, só o barulho do meu respirar e dos meus passos. Todos dormem. No meu apartamento só eu. Mais ninguém dorme. Mais ninguém cá. Saio da cama meio a dormir. Atravesso o corredor e a sala. Sento-me na poltrona da marquise e vejo a luz a chegar, a invadir aos poucos o soalho.

Sentado aqui.

(Com o dia a começar lá ao longe.)

Revisitado.

Nem dou por nada. Dou voltas na cama durante a noite e procuro ao meu lado o teu corpo.

(Nada.)

sexta-feira, junho 03, 2005

Halo.


Deslocações.

E ele disse por favor não me deixes.

E ele disse vais ver - nem vais dar por isso.

Vida (1).