sexta-feira, setembro 02, 2005

Sai.

Tudo na casa grita sai.

(Sai.)

Abandona o sítio onde estás; ruma a nenhures; sai. O sofá onde te sentas, os cobertores da tua cama, a cadeira onde penduras a roupa, os livros nas estantes e nas mesas. Todo o teu universo milimetricamente disposto.

(Sai.)

Parte. Encontra o que não sabes se procuras.

(Sai.)

E volta depois, passado tempo. Conta a história do que viste lá fora deposto, derradeiramente, da tua demanda indeterminada. Volta, pois, e escreve o inefável.