quinta-feira, novembro 03, 2005

Ontem, às 17h00.

Sair de casa. Apanhar um táxi. Pagar. Sair. Entrar no edifício. Subir as escadas. Andar mais um pouco. Bater à porta.

(Ninguém.)

Esperar no patamar por alguém que insiste em não chegar. Verificar as horas no relógio adiantado cinco minutos para nunca haver atrasos. Telefonar. Ninguém atende. Esperar mais um pouco. Telefonar novamente. Novamente ninguém. Enviar uma mensagem escrita. Uma hora depois ter resposta: esquecimento, lapsus memoriae, lapsus intellegentiae. Esperar em pé no patamar e sentir nos ombros

(o esquerdo desocupado, o direito com a mala que transportas sempre contigo)

o peso característico da indiferença reservada apenas aos mais indiferentes.

(Ou talvez não.)