domingo, janeiro 27, 2008

Ficção (49).

Estavam os dois sentados: ela olhava para o mar, ele para a ferrugem que brotava das pernas e de um dos braços da cadeira em que estava encaixado. Ele vira-se para ela e diz-lhe

- Um dia, do nada aparente, vais aperceber-te de que te esqueceste do teu nome; de que tiveste uma vida que a que tens com ele agora rasurou. Quando nesse dia acordares e vires que ele não está ao teu lado, não corras para o telefone porque todos os teus números antigos te estão vedados; porque não há já quem se lembre de ti. Não digas que não te avisei.

Ela sorriu, levantou-se e disse-lhe, virando costas,

- Eu sei.