Peaches: The Teaches of Peaches (2002).
O primeiro álbum de Peaches impressiona, que mais não seja, pela brutalidade cortante do som perfeitamente electrónico e pela acutilância das letras. Na verdade, quando, do nada, ouvimos alguém cantar, numa voz incrivelmente lasciva, qualquer coisa como
Suckin' on my titties like you wanted me,
Callin me, all the time like blondie
Check out my chrissy behind
It's fine all of the time
What else is in the teaches of peaches?
Like sex on the beaches. huh? what?
é natural que fiquemos, conforme já disse, impressionados (positivamente). Só que a imagem de bad girl rapidamente se torna cansativa e quem ouve Peaches cantar acaba por perceber que, por detrás de toda aquela pretensa irreverência - nos títulos das pistas (dos quais se destacam, entre outros, 'Cum undun', 'Diddle my skittle', 'Lovertits' e 'Suck and let go'), nos textos das letras, na própria persona que é Peaches -, não existe nada. Não existe música, não existe verdadeira originalidade ou criatividade: existe, sim, apenas a leve sensação de furor inicial causada pela repetição (quase ad nauseam) de palavras que temos por hábito não usar com tanta frequência. Se tanto, Peaches é uma performance artist - e daí até se tornar cantora / compositora / o-que-quer-que-seja ainda vai um esticãozito.
Mas esta é só a minha opinião, claro. Até porque, imparcialidades (e opiniões) à parte, tenho os dois álbuns da dita senhora (The Teaches of Peaches e Fatherfucker) e ouvi-os repetidamente durante algum tempo. Portanto, bem vistas as coisas, para que é que estou para aqui a mandar vir, hã?
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