Os estranhos quotidianos.
As noites terminam quando o dia começa. Insónia.
(Late to bed and late to rise.)
Tapar a cara com o lençol. Desligar o despertador com força suficiente para que se cale e não volte a falar. Voltar a adormecer. Acordar tarde. Manhã-não-manhã. Fingir que não há luz a entrar até nos rendermos aos factos e termos de sair da cama. Pés sem nada no soalho. O cheiro de café na cozinha. A esperança de afastar do corpo o estupor crasso dos dias; o peso inquietante das noites revoltas. A cadeira que espera. A mesa que grita trabalho. A televisão em mute para não fazer perder a concentração inexistente. A luz sempre a luz e o calor sempre calor.
Chávena de café entre as mãos. O coração a começar a bater.
(The early bird gets the worm.)
"É dia lá fora, não é?"
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