sexta-feira, maio 13, 2005

Os estranhos quotidianos.

As noites terminam quando o dia começa. Insónia.

(Late to bed and late to rise.)

Tapar a cara com o lençol. Desligar o despertador com força suficiente para que se cale e não volte a falar. Voltar a adormecer. Acordar tarde. Manhã-não-manhã. Fingir que não há luz a entrar até nos rendermos aos factos e termos de sair da cama. Pés sem nada no soalho. O cheiro de café na cozinha. A esperança de afastar do corpo o estupor crasso dos dias; o peso inquietante das noites revoltas. A cadeira que espera. A mesa que grita trabalho. A televisão em mute para não fazer perder a concentração inexistente. A luz sempre a luz e o calor sempre calor.

Chávena de café entre as mãos. O coração a começar a bater.

(The early bird gets the worm.)

"É dia lá fora, não é?"