quarta-feira, agosto 10, 2005

O artista enquanto (muito) jovem.

Sou diva desde que vi o Wacky Races (tinha para aí uns quatro anos) e desejei ser a Penelope Pitstop. Com um carro artilhado que me punha bâton nos lábios mal eu puxava uma alavanca e que me protegia dos perigosos raios UV com um guarda-sol cor-de-rosa, encimado por um grande laço e com brocados rosa-intenso. Eu quis ser a Penelope Pitstop, a beldade sulista com um coração de ouro e uma herança ainda mais dourada. Até que deixei de saber o que queria ser. Perdi-me numa licenciatura cujo propósito ainda hoje me escapa. Fugi por cursos paralelos e posteriores. E cheguei a um sítio no qual não me sinto. Não me sinto. Ponto. Lembrar-me eu de dias em que a minha vontade se resumia a ser parte de uma série de desenhos animados e conduzir carros imaginários.

(E da bênção que isso era.)