Ficção (26).
- Natália
disse-te ele, naquele café perto do coreto. Tu muda. Entendias com especial clareza a mecânica destas coisas, os tempos exactos entre um momento e outro;
- Natália, tu
o balanço pendular entre uma frase e a próxima; entre uma palavra e a palavra a mais. Ele pôs-te a mão sobre o braço e tu, que com o tempo te tornaras um livro de cifra, respondeste-lhe
- Jaime, desculpa. Não tenho tempo para isto. Até logo.
sem sequer pensares em ouvir o que se seguia; odiavas hesitações. Sabias que era a última vez que o verias porque se não fosse ele a pôr fim a tudo serias tu; porque te tinhas esgotado; porque tu não estavas. Levantaste-te, puseste-lhe por caridade a mão no ombro e saíste.
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