quinta-feira, janeiro 19, 2006

Ficção (29).

Sumariamente descrito, nada restava - nem sequer a pouca dignidade que te orgulhavas de

(nunca, dizias)

ter perdido. Mas eu conhecia-te e sabia-te infeliz. Só que agora não era tarefa minha animar-te; tinhas-me saído das mãos com dois gritos secos encimados por um

- Não aguento mais!

que, até te ter visto naquele café, com aquele homem de aspecto estranho, me assombrava. Numa questão de segundos, passaste de obsessão a desconhecida.

(E foi assim que aprendi a ficar calado.)