Ficção (29).
Sumariamente descrito, nada restava - nem sequer a pouca dignidade que te orgulhavas de
(nunca, dizias)
ter perdido. Mas eu conhecia-te e sabia-te infeliz. Só que agora não era tarefa minha animar-te; tinhas-me saído das mãos com dois gritos secos encimados por um
- Não aguento mais!
que, até te ter visto naquele café, com aquele homem de aspecto estranho, me assombrava. Numa questão de segundos, passaste de obsessão a desconhecida.
(E foi assim que aprendi a ficar calado.)
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