sábado, setembro 09, 2006

Numa fila na FNAC.

O gesto dura dois segundos se tanto. Ele passa por ele e nessa passagem agarra-lhe o braço com a firmeza cúmplice de quem lhe sopra a nuca durante a noite e há anos; de quem conhece as quantidades exactas de açúcar que ele põe no café ou a forma como ele se senta, à noite e quando pensa que não o vêem, no terraço a olhar para o mar. Ninguém sabe onde ou como se conheceram. Ninguém nos explica por que estão juntos. Mas conheceram-se. E estão-no.

Como disse, o gesto dura dois segundos. Se tanto.