Numa fila na FNAC.
O gesto dura dois segundos se tanto. Ele passa por ele e nessa passagem agarra-lhe o braço com a firmeza cúmplice de quem lhe sopra a nuca durante a noite e há anos; de quem conhece as quantidades exactas de açúcar que ele põe no café ou a forma como ele se senta, à noite e quando pensa que não o vêem, no terraço a olhar para o mar. Ninguém sabe onde ou como se conheceram. Ninguém nos explica por que estão juntos. Mas conheceram-se. E estão-no.
Como disse, o gesto dura dois segundos. Se tanto.
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