Como se morrer fosse uma opção.
A I. teve hoje um princípio de AVC. O P., filho dela e meu amigo de infância, ligou-me há pouco a dizer que a situação tinha estabilizado e que iam transferi-la para outro hospital. A notícia deixou-me sem reacção durante dois minutos; depois, ex abrupto, um choro violentíssimo. Há pessoas que não ponderamos perder. A I. é uma delas. Conhece-me desde que nasci e aturou-me muitas manhãs, em pequeno, enquanto a minha mãe dava aulas e eu não andava ainda na escola. Dava voltas com ela por Oeiras - íamos ao supermercado, ao banco, à farmácia, ao jardim, ao café comer uma torrada. Vi-a em Dezembro e tinha na cara um sorriso rasgado; falei com ela há umas semanas, quando fiz anos.
O susto foi tremendo.
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