segunda-feira, maio 12, 2008

À procura de um texto autobiográfico (37).

Frequência

O teu número de telefone martela-me na cabeça
um ressoar ligeiramente agitado. Está em tudo
o que faço, impõe-se quando leio
enfia-se por baixo das palavras enquanto
escrevo.
        E se o deixar um momento à solta
corre então para o telefone e liga
para que na tua casa vazia ressoe
um som que ninguém ouve. Talvez
uma chávena vibre com ele se o tom
atingir a sua amplitude.
Quando muito estala uma jarra.


[ Judith Herzberg: O Que Resta do Dia. ]