Today's the day.
Junto ao portão de ferro forjado pintado de verde e ferrugem, há uma mulher que espera que os dias com ele melhorem, que as discussões cessem, que o aro fino de ouro que traz em torno do dedo anelar esquerdo não lhe pese tanto que a deite por terra. Lembra-se de repente do ditado favorito do pai, sobretudo porque sabe agora, perfeitamente, que quem espera nunca alcança. É esse o instante em que leva a mão ao trinco e sai, sem malas ou roupa de sobra; deixa janelas por fechar, cortinados por correr, a porta das criadas aberta na ilharga da casa, a mangueira a esvair-se sobre a relva. Viver ali, com ele, há muito que não é possível.
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