Os dias passarão.
Gerações sucessivas de gente incógnita hão-de morar aqui, colar o seu cheiro às paredes desta casa, tornar baço o chão a cada passo. Virão os homens e arrastarão deste local para outro e outro os objectos que orbitam uma vida, até que não haja mais lugares para preencher - sítios onde nos escondamos ou descansemos. Virá o oblívio que cobre os dias como um manto. Virá o ruído regular dos comboios correndo a trilha férrea de sempre; dos aviões sobre o cacho de casas de telhados e dimensões diversos. Os dias passarão - difíceis e retorcidos como vides, e resilientes como elas.
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