Trabalho de restauro.
Vou começar a reconstruir tudo. Vou começar aos poucos e terminar em grande - sempre sem me dar por achado. Porque noites vazias não são coisa que abunda: o que abunda é o vazio das noites. Porque é preciso desmontar[-me] aos poucos, fazendo mapa das peças que vou tirando para depois saber voltar a encaixá-las nos sítios respectivos.
(Reconstruo. Recomeço. Fecho os olhos. Ando para a frente.)
Espero nem dar por nada. Que o novo começo seja só como outro dia, sem que eu consiga dar pela diferença, mas que ela esteja lá: trabalho de restauro efectuado com máximo rigor e competência. Que venha a bênção do trabalho efectuado - suor ou água. Que a eterna borracha apague os rabiscos à margem e a carvão, deixando apenas o seu leve entalhe no papel (palimpsesto que aguarda leitor).
Tudo isto. E mais.
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