Homem-confessionário.
Tenho uma cara que convida ao desabafo e não me incomoda. Não sei se é das sobrancelhas cheias ou da aparência bonacheira: as pessoas escolhem-me para as ouvir e eu mostro-me grato
(e estou-o de facto)
pela escolha. Da dona da mercearia a que costumo ir semanalmente ao homem atrás da partição no parque de estacionamento que me confessa o seu amor pelo violino e música coral. Dos meus amigos mais chegados, com quem partilho um chá, um café, um sumo ou uma tosta numa tarde solarenga aos conhecidos mais remotos. E todos os que existem no meio disto.
Agradeço a preferência.
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