quarta-feira, abril 05, 2006

Homem-confessionário.

Tenho uma cara que convida ao desabafo e não me incomoda. Não sei se é das sobrancelhas cheias ou da aparência bonacheira: as pessoas escolhem-me para as ouvir e eu mostro-me grato

(e estou-o de facto)

pela escolha. Da dona da mercearia a que costumo ir semanalmente ao homem atrás da partição no parque de estacionamento que me confessa o seu amor pelo violino e música coral. Dos meus amigos mais chegados, com quem partilho um chá, um café, um sumo ou uma tosta numa tarde solarenga aos conhecidos mais remotos. E todos os que existem no meio disto.

Agradeço a preferência.