Uma falha maior.
Segue-se de falha em falha e tapa-se uma falha com outra maior que a cubra. Remenda-se a parede, pinta-se por cima. Quando a tinta se descasca, metemos papéis com desejos escritos no nicho a descoberto, mímica para santuário menos legítimo. Remenda-se. Tapa-se. Torna-se a pintar. E assim sucessivamente até percebermos que nada alguma vez nos tapará de forma convincente. De falha em falha até o poço secar, até as vozes do velho das malaguetas e da mulher do electricista serem um balbuciar longínquo e incompreensível. Ininteligíveis o alfabeto, o arquear das sobrancelhas, o piscar de olhos imperceptivelmente lânguido, a voz que foge.
Se descobrires ou achares que os meus textos fingem e que sou feliz, diz-mo, por favor.
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