terça-feira, julho 08, 2008

Exílio.

Fiz até ti a viagem às avessas e, uma vez chegado, regressei. Ninguém me esperava. No táxi até casa, os bancos enxotavam-me. A mala do carro abriu-se a querer cuspir a mala que trazia comigo. Quando entrei, ninguém me esperava: nem tu, nem o cão, nem a mobília. No espaço restavam apenas as minhas coisas nos sítios onde as tinha deixado. Das tuas nem sinal. Fechei a porta, pousei a mala no corredor, fui à cozinha beber água e deixei-me estar ali, encostado à bancada, no vazio imposto da nossa casa agora minha.