terça-feira, abril 28, 2009

Way down.

Houve um instante em que fechei os olhos e, cabisbaixo, pedi ao vento áspero daquela noite que te trouxesse de volta. Sentei-me de frente para a porta, no chão, e esperei pelos teus passos na calçada, a fazer o caminho até aqui; pelos teus sapatos na escada do prédio em que vivo; pelo restolhar característico da roupa no teu corpo; pelo teu indicador na campainha do andar, que soava diferente quando eras tu quem a tocava; pelos teus lábios; pelo teu cheiro; pelo abraço demorado que dávamos de cada vez que chegavas. Sei que não virás, mas há noites - às vezes, dias inteiros - em que ainda te espero.