Miss Otis regrets.
Devíamos sair desta casa, desta cidade, deste país; pegar em roupa ao acaso, atirá-la para dentro de uma mala de viagem e partir. Comprar bilhetes de avião e de comboio, aprender os rudimentos de umas quantas línguas que se falem para onde formos. Não sabemos para onde vamos, mas vamos. Cruzamos os braços, sentamo-nos em cima das malas que pousámos à entrada do prédio, esperamos que o táxi para o aeroporto chegue. Atrás de nós, a porta fechada. Com a cabeça baixa, deixamos que nos corra pela cara uma risca de água tépida e de caudal irregular, que nos pontilha calças, camisola, o sapato direito. Esperamos que pare, mas sabemos que não será depressa.
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