Obrigado.
A mensagem está na minha caixa de entrada. Leio o nome três ou quatro vezes, e penso que não pode ser, que não faz sentido ter-me escrito. Passaram-se nove - talvez dez - anos sobre a escrita de um artigo acerca dele, que na altura me levou a ler tudo o que tinha publicado. Lembro-me de passar horas na cafetaria Continental, entre os cigarros que então ainda fumava,
(Camel? Marlboro?)
café, sucessivas doses de torradas, e livros abertos - sublinhados a cores diferentes conforme as temáticas abordadas, com anotações que ocupavam a quase totalidade das margens. A facilidade com que o texto surgiu sugere que eu era novo, e talvez apenas isso. Do mesmo modo a adjectivação, a construção parentética, a abundância de vírgulas, e as frases quilométricas; há a espaços uma ou outra afirmação categórica, coisa de que fujo hoje a sete pés. Oito páginas de resultado, ainda assim: relidas nem há meia hora, com o espanto de quem não sabe ao certo como fez tal acrobacia. E a mensagem, essa, continua na minha caixa de entrada. Tem como assunto "Obrigado".
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