Partes.
Manípulos, ombreiras, cores, canecas, chãos, paredes, reflexos, sofás, livros, objectos diversos, sítios, letreiros, coisas outras. As pessoas não estão. Encontramos partes de pessoas, é certo - pernas, braços, mãos, pés, corpos, raramente uma cara -, mas quase nunca pessoas inteiras. E tantas vezes também as coisas partidas em partes: uma porta que se desmonta pela imagem, a ilharga de um edifício que se galga com os olhos, a relva antiga desbotada pela luz, a perna de uma mesa, uma garrafa de cerveja num parapeito. Como tudo me foge, parto tudo em partes.
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