sexta-feira, março 13, 2009

O ponto de não-retorno.

Olho para as tuas fotografias com a tristeza de uma familiaridade que agora me escapa. Tento lembrar-me dos sítios por onde teríamos andado naquelas tardes, e parece-me tudo tão tremendamente distante que me corre pela cabeça a dúvida de termos alguma vez estado juntos. Um homem pára numa passagem de peões perto do sítio onde trabalhas: parece-se contigo; talvez até sejas tu. Eis-me chegado ao ponto de não-retorno em que até a tua cara me parece já a de um estranho. Anoto isto parado no trânsito, dentro de um táxi, a caminho de um sítio a que não preciso realmente de ir. O sol entra de lado, coado duas vezes pelos vidros de um autocarro. Fecho os olhos, e deixo-me morrer aqui.