sábado, julho 08, 2006

O fazer das compras semanais.

No My Life without Me, a Ann diz, a dado momento, que ninguém pensa na morte nos supermercados. Não sei se é verdade, mas sinto-me tentado a concordar. Faço as compras semanais à sexta-feira à tarde, num hipermercado que nem fica muito perto da minha casa mas no qual me sinto completamente à vontade. Acho que há coisa de um ano escrevi um ou dois textos sobre "fazer as compras". Se mantenho muito do que disse, há aspectos que se calhar modificava. É que acho piada a andar pelos corredores e ver o que há de novo; a organizar no carrinho

(o diminutivo faz-me cócegas)

aquilo que vou comprar. Costumo ir até à ponta do dito hipermercado e depois desço - águas, sumos, refrigerantes, conservas, molhos, bolachas e chocolates, salgados, papéis, queijos, vegetais. E outras coisas de que me esqueço aqui. Posso ir para a caixa ou dar mais umas voltas; se dou mais umas voltas, vou aos vegetais no fim. Arranjo o que ponho no tapete rolante como quem faz um puzzle - vistas de cima, as minhas compras são como uma cidade bem planificada, com diferentes bairros dispostos milimetricamente. Para demorar menos a arrumar tudo quando chego a casa, faço a triagem logo ali: sei o que vai para onde a quilómetros dos armários. Se gosto de fazer as compras à sexta-feira? Gosto. E gosto do que fazer as compras significa - um bocado de tempo para pensar e não pensar; para ficar no por-entre.