Nanoconto circunstancial.
A placa verde com "silêncio" escrito a branco, em letra maiúscula, flutuava no ar.
"So that I may say at all times, even when you do not answer and perhaps hear nothing, something of this is being heard, I am not merely talking to myself [...]." (Samuel Beckett, Happy Days)
A placa verde com "silêncio" escrito a branco, em letra maiúscula, flutuava no ar.
Acabado de chegar a casa depois de uma tarde de lanche / noite de teatro com a I., por Lisboa. Se quisesse etiquetar o dia, usaria qualquer coisa como: chá, conversa, biscoitos e Dúvida. O resto é preencher os hiatos com uma ou mais palavras apropriadas.
I was dressed for success
"Às vezes ainda te odeio." Circunstâncias, participantes e processo. Em caso de dúvida, consultar Halliday, 1994.
Com uma chávena de café ao lado, as mãos a aquecerem finalmente, e a ouvir / ver isto, em repeat, desde segunda ou terça-feira. Gosto muito da Miranda July.
Terça-feira de manhã fui acordado pelo carteiro: tinha um envelope, expedido de Coimbra. Dentro do envelope vinha O Túnel, de Russell Edson; foi lido na hora seguinte a ter sido recebido. Depois disto, o dia só podia ser bom. Aqui fica um (grande) obrigado à F. por até agora não ter deixado de me surpreender - e, já agora, por me ter viciado num autor que não conhecia.
No trinta e um, às seis e vinte, as pessoas iam sentadas a olhar para a frente, para o percurso que se ia fazendo. Eu olhava para trás, com um quase-sorriso, para o que já tinha sido feito.
Passara cinco anos ali, sabendo de cor as entradas e saídas da luz a cada estação, o cheiro das paredes, o som dos canos ao abrir de uma torneira; poderia contar-vos histórias daquele espaço e naquele espaço. À porta da casa agora oca, sussurrou muito baixo um