Slight night shiver.
Acontece por volta das três da manhã: a janela está aberta, o vento que entra faz tremer os post-its amontoados em cima do Moleskine e ao lado do computador. Levanto-me, percorro a casa de uma ponta à outra, abro uma das duas janelas das traseiras; as quadrículas luminosas dos prédios extinguem-se uma após a outra. É tempo de dormir e estou acordado. Na rua, nenhum som. Pego no iPod, e ponho o "Slight night shiver" a tocar. Morrer é possível que seja isto: um silêncio aberto como a noite, o fio rítmico de um grilo, o ruído de carros que passam estocásticos sobre o pavimento gasto e irregular de uma estrada algures.