Annie Clark.
Quando a Annie Clark canta um "c'est la vie" de seis segundos, quase no final de "What me worry?", tenho vontade de desistir de tudo: deixar cair os braços, encostar-me a um canto, ver o mundo passar e ficar só a ouvi-la cantar.
"So that I may say at all times, even when you do not answer and perhaps hear nothing, something of this is being heard, I am not merely talking to myself [...]." (Samuel Beckett, Happy Days)
Quando a Annie Clark canta um "c'est la vie" de seis segundos, quase no final de "What me worry?", tenho vontade de desistir de tudo: deixar cair os braços, encostar-me a um canto, ver o mundo passar e ficar só a ouvi-la cantar.
A Marisa desafiou-me e eu aceitei o desafio: listar os meus cinco filmes preferidos. Mas há o problema de eu não conseguir escolher cinco filmes e dizer "os meus favoritos são estes". Em alternativa, opto por um partitivo e apresento cinco dos meus filmes preferidos - cinco filmes de que gostei porque gostei. São eles:
Um dos meus vizinhos de cima está a ouvir Arvo Pärt. Eu estou maravilhado a ouvi-lo a ouvir Arvo Pärt.
Fico muitas vezes parado a olhar para o teu blog, à espera de que tornes a escrever. Como se visitá-lo todos os dias fosse uma forma de te dizer "Escreve, tenho saudades de te ler". Continuarei sempre à espera.
A ouvir uma gravação de obras de Mendelssohn para violoncelo e piano, tocadas pelo Mischa Maisky e pelo Sergio Tiempo. Depois: St. Vincent e chá de limão.
But you you're a rock with a heart like a socket I can plug into at will
Na paragem de autocarro a cara da mulher, que parecia augurar um espirro, verte-se num choro profundo. A rapariga, que partilha com ela o banco e a espera, olha em frente, para cima, para o relógio, numa prece de que o trinta e um chegue depressa e a liberte do embaraço que é ter uma velha que chora sentada ao lado. Passa uma nuvem. A rua escurece e com ela também a paragem.