Mapa.
Na constelação cicatricial da minha mão esquerda, há tanto que não vês que podia mudar de nome e de pele e viver em Cádiz, terra exótica, onde usasse chapéu de palha e papagaio no ombro direito - que é onde dá mais jeito. Chamei a isto "mapa".
"So that I may say at all times, even when you do not answer and perhaps hear nothing, something of this is being heard, I am not merely talking to myself [...]." (Samuel Beckett, Happy Days)
Na constelação cicatricial da minha mão esquerda, há tanto que não vês que podia mudar de nome e de pele e viver em Cádiz, terra exótica, onde usasse chapéu de palha e papagaio no ombro direito - que é onde dá mais jeito. Chamei a isto "mapa".
Quando te conheci, tinhas terminado o curso e andavas sem ideia do que fazer a seguir. Tinhas conseguido encontrar casa e ias começar as mudanças em Fevereiro. Até Setembro desse ano foste existindo. O espaço, agora teu, começou a encher-se: quadros, mesas, fotografias, o piano, a estante, os livros, CDs e DVDs. A casa era a tua casa. A casa é a tua casa. Fui sabendo pouco de ti: que estudavas e o que estudavas; aquilo que andavas a ler; o teu projecto "mais ambicioso", sobre o qual tive, de início, dúvidas e medo - mas que rapidamente se dissiparam. Fiquei certo de que estavas onde querias estar, a fazer exactamente o que sempre quiseste fazer.
Mr Jones
Disse-lho pessoalmente há pouco, mas não faz mal reforçar: o blog do P. está lindo. Vocês olhem bem para aquele header. Ficas informado de que, para todos efeitos, agora tens ainda menos desculpas para não fazer posts. Estamos entendidos?
Esbarro com o V. na FNAC do Chiado. Não o via há bastante tempo. Damos uma volta pelos DVDs, vamo-nos rindo com alguns dos títulos que vemos e em que pegamos. Compro o Scoop e o A Prairie Home Companion. Encontro-o mais tarde nos CDs e acabo por trazer o Opus Ultimum (Schwanengesang), de Heinrich Schütz, e o Missa Mexicana, pelo The Harp Consort e com direcção de Andrew Lawrence-King.
Se o George e o Ira Gershwin fossem vivos e sofressem de insónias, aperceber-se-iam de que aquele célebre "Someone to watch over me" não bastava, de que os ritmos circadianos são lixados e de que é preciso um companheiro de insónias - alguém que, às seis da manhã, não fique furioso por receber um
A menina tinha avós e tias que lhe desfiavam as histórias dos amores e desamores das mulheres da família. Até que, completados os dezoito anos, as histórias deram lugar a pesados sermões sobre a necessidade de encontrar alguém e a hipótese