Status report (18).
Com um gin tónico meio bebido à minha direita e a ouvir, na sala ao lado, a Judy Garland a cantar "A foggy day", composta / escrita por George e Ira Gershwin.
"So that I may say at all times, even when you do not answer and perhaps hear nothing, something of this is being heard, I am not merely talking to myself [...]." (Samuel Beckett, Happy Days)
Com um gin tónico meio bebido à minha direita e a ouvir, na sala ao lado, a Judy Garland a cantar "A foggy day", composta / escrita por George e Ira Gershwin.
E agora? A quem mando eu mensagens quando estou bêbado, quando saio do cinema com o coração cheio ou quando espero, sozinho ou com um livro, que alguém chegue para um café?
Estavam os dois sentados: ela olhava para o mar, ele para a ferrugem que brotava das pernas e de um dos braços da cadeira em que estava encaixado. Ele vira-se para ela e diz-lhe
Na sua pronúncia depauperada, a professora de inglês prosseguiu com a explicação da conjugação do verbo to be no past simple sabendo, demasiado bem, duas coisas: she was not; she was nought.
A ingenuidade e as expectativas deviam ser puníveis por lei. Podia ser que assim aprendêssemos.
Na quarta-feira passada estive numa biblioteca a transcrever um texto do século dezoito com Pizzicato Five, François Couperin, Patrick Wolf, The National, Mauricio Kagel, Joy Division, Lali Puna e Rufus Wainwright a tocarem nos meus ouvidos.
A beber um chá forte bem quente, enquanto revejo uma transcrição feita na segunda-feira e acabo de reformatar o curriculum vitae. Na aparelhagem, The Rodgers and Hart Song Book, cantado pela Ella Fitzgerald.
Corte de cabelo e depois um salto a Sintra para comprar biscoitos.
Naturally, Sex and Art always took precedence over cinema but neither ever proved to be as dependable as the filtering of present light through that moving strip of celluloid which projects past images and voices onto a screen.
O mágico parou a meio do palco. As luzes incidiam directamente sobre o cabelo que insistia em desaparecer. Pensou por momentos que talvez fosse esse o truque: o seu cabelo estar a desaparecer mesmo à sua frente, todos os dias, aos poucos; ou talvez o ter sido deixado pela mulher numa terça-feira ao fim da tarde, restando dela um bilhete escrito a Bic que não lera ainda. Talvez o truque fossem todas as noites que passou acordado a pensar no que fazer a seguir, ou no que andava a fazer; todos os empregos que teve e não teve para que os filhos acabassem a Faculdade. O público aguardava.
A passagem de ano começou às sete da tarde e foi até às três e picos ou quatro e pouco da manhã. Álcool q.b., comida em demasia, dois DVDs e muito boa disposição. No primeiro dia do ano - e como não poderia deixar de ser -, aqui fica o desejo costumeiro: um óptimo 2008.