segunda-feira, janeiro 31, 2005

Blog ao mar!

Acabei de apagar o blog que tive antes do 'Maiúsculas'. A parte curiosa é que não me custou rigorosamente nada - era uma coisa que tinha de acontecer, mais cedo ou mais tarde. Por vezes é necessário largar mão do passado (mesmo que este seja apenas um passado bloggístico).


quarta-feira, janeiro 26, 2005

Comentário desnecessário (2).


À procura de um texto autobiográfico (2).

Lost Cause

Your sorry eyes cut through the bone
They make it hard to leave you alone
Leave you here wearing your wounds
Waving your guns at somebody new

Baby you're lost
Baby you're lost
Baby you're a lost cause

There's too many people you used to know
They see you coming they see you go
They know your secrets and you know theirs
This town is crazy; nobody cares

Baby you're lost
Baby you're lost
Baby you're a lost cause

I'm tired of fighting
I'm tired of fighting
Fighting for a lost cause

There's a place where you are going
You ain't never been before
No one left to watch your back now
No one standing at your door
That's what you thought love was for

Baby you're lost
Baby you're lost
Baby you're a lost cause

I'm tired of fighting
I'm tired of fighting
Fighting for a lost cause


[ Beck: Sea Change. ]

Primeiras encarnações.


Lisboa-Tóquio-Lisboa.

Mon Amour Tokyo

Yappari Anata Wa Utsurigi Na Otoko No Hito Na No
Ne
Annani Watashi No Koto Dake O Suki Dato Shinjiteta
Ano Natsu No Hi Anata To Atsui Hizashi No Naka De
Kuchizuke Shite Sono Ato Dakareta No Wa Tada No
Asobi Na No MON AMOUR
Hitori Bocchi De Ate Mo Naku Machi O Samayou No
Namida Afurete Me No Mae Ga Nannimo Mienai

Wasurerarenai Hito Dakara Tottemo Setsunai No
Koi No Owari Ga Kuru Koto Wa Wakatte Itakedo
Ano Natsu No Hi Anata Wa Hoshi Furu Sora No
Shita De
Amai Ai No Kotoba O Watashi Ni Sasayaita
Wasurenai MON AMOUR
Hitori Bocchi De Ate Mo Naku Machi O Samayou No
Namida Afurete Me No Mae Ga Nani Mo Mienai

Yappari Anata Wa Utsurigi Na Otoko No Hito Na No Ne
Annani Suteki Na Omoide Ga Tada Kiete Yuku No
Ano Natsu No Hi Anata No Ude No Naka De
Watashi Wa
Amai Yume O Minagara Furuete Nemuttano
Sayonara MON AMOUR
Hitori Bocchi De Ate Mo Naku Machi O Sama You No
Namida Afurete Me No Mae Ga Nannimo Mienai
MON AMOUR
MON AMOUR
MON AMOUR Tokyo


[ Pizzicato Five: Happy End of the World. ]

I declare war on myself.

FORTUNA IMPERATRIX MUNDI

1. O Fortuna

Coro


O Fortuna,
velut Luna
statu variabilis,
semper crescis
aut decrescis;
vita detestabilis
nunc obdurat
et tunc curat
ludo mentis aciem,
egestatem,
potestatem
dissolvit ut glaciem.

Sors immanis
et inanis,
rota tu volubilis,
status malus,
vana salus
semper dissolubilis,
obumbrata
et velata
michi quoque niteris;
nunc per ludum
dorsum nudum
fero tui sceleris.

Sors salutis
et virtutis
michi nunc contraria
est affectus
et defectus
semper in angaria.
Hac in hora
sine mora
cordum pulsum tangite;
quod per sortem
sternit fortem,
mecum omnes plangite!


[ Carl Orff: Carmina Burana. ]

terça-feira, janeiro 25, 2005

Cortot, je t'aime.

Ando, de momento, a ler (como quem diz) os Principes rationnels de la technique pianistique, de Alfred Cortot - uma leitura que já há muito devia ter sido feita


domingo, janeiro 23, 2005

Constatação e dúvida súbitas.


Palavras pesadas.

«Canalha, tu? Isso nunca! Como? Excita-te mais os sentidos? Os teus sentidos? Que falta de senso nesses sentidos! Que matilha de cães te excita tanto os sentidos para fugires, como uma corça assustada, de um inimigo que te persegue? Pois seja. Foge de mim, foge p'ró ribeiro que te sacia com melhor água. Eu fico e sorrio, de mão pálida estendida, provoco-te e grito com voz alegre, acompanhando a tua fuga: "Branca de Neve espera por ti, vem bater à velha porta". E rio bem alto. Então, tu viras a tua querida cabeça fiel para mim e imploras que fique calada, porque gritar não serve para nada.»

[ João César Monteiro: Branca de Neve. ]

Entre um dia e o outro.

Passei as horas entre Sábado e Domingo a ver quatro filmes de João César Monteiro: Branca de Neve, As Bodas de Deus, Le Bassin de J.W. e A Comédia de Deus. Se todos são brilhantes numa série de aspectos - e não seria de esperar outra coisa de César Monteiro, cuja genialidade ofusca -, destaco a loucura francófona de Le Bassin de J.W. (ver para crer) e, mais do que esta, o trecho do post seguinte, retirado de Branca de Neve (um filme que, só por si, mereceria uns seis ou sete posts), no qual Branca de Neve se dirige ao Príncipe Estrangeiro (num dos múltiplos momentos cruciais da narrativa). Sei demasiado bem que estas palavras me vão perseguir nos próximos tempos. Guardo para mim o porquê.


quarta-feira, janeiro 19, 2005

Órgãos internos.


Mensagem da gerência (2).

Não, não é. Ponto.

Obrigado.

Peço desculpa...

... pelas palavras eventualmente incoerentes (e inconsequentes) desta madrugada. Um espresso é uma droga forte, ao que parece.

A epifania bate sempre duas vezes (2).

(Que sono.)

A epifania bate sempre duas vezes (1).

Uma chávena de café é uma coisa maravilhosa. É que isto não é cafeína - é uma epifania; é uma bênção sub-reptícia, uma coisa que se te infiltra na pele, nos ossos, no sorriso e nas unhas que deixaste de roer. Isto é o teu coração a rebentar pelas costuras, a bater colcheias e tercinas e duínas a 132 bpms. Isto é luz, senhores. Isto é luz pura que fere. Isto é o resultado de anos e anos de mãos abertas, à chuva, a tentar encher crateras. Isto são vómitos e tosses e regurgitações sucessivos - memórias de sacudires de corpos. Isto é tudo. Alfa, pi, ró e omega. Tudo. Todo o teu alfabeto num vácuo, num esconso, num vão de escada. Inútil. Isto é café; negro-negro; sem açúcar ou esperança. Só café. Que te tinge a boca de amargo e te lembra de peles passadas, de miares de gatos e de pés frios nas tábuas do soalho.

Mensagem da gerência (1).

Isto não é a realidade e a realidade não é isto.

Obrigado.

domingo, janeiro 16, 2005

Comentário desnecessário (1).


Do caderno para o blog.

[...] Começa o relambório sobre Middle English. Fala-nos, agora, em evolução provocada de sons vocálicos. Fala-nos do "aesh" (ae). "Suck my 'aesh'." Deu-se uma abertura. Ai, ai... Agora fala-nos do /ü/ e das evoluções. Só penso no intervalo do café. Mas por que raio não se pode fazer este seminário por videoconferência? Melhor! Fazer o seminário por e-mail - enviava-nos os textos e acabava por aí. Ninguém perdia tempo e éramos todos mais felizes. Posso parecer excessivamente revoltado ou cáustico, mas irrita-me que as pessoas não se apercebam da [in]utilidade dos seminários que dão. Só isso. Eu não quero saber da pronúncia em Middle English! Pois se, muitas vezes, temos dúvidas em relação à pronúncia actual, quanto mais saber da pronúncia há uns séculos atrás. Labialização?! Who cares!!

Agora fala-nos de /a/. Eu não quero saber!!! Olhem-me esta frase: "[...] no sul, temos evolução para /ó/; no norte temos evolução para /á/." Sabes o que é que eu te digo? Quero lá saber da "gaat" ou da "stan". Argh. Estou praticamente a entrar em desvario. Isto é totalmente intragável. Ditongos que monotongam? Monotongam?? Não é normal. Vogais breves e /ü/ (as in "tenho o cü à mostra"). Á posterior passa a anterior.

Alongamentos das vogais. O i breve alonga. Eu estou a desesperar. Total e absolutamente. Falta meia-hora para o intervalo para café. Não sei se aguentarei até lá. [...]


domingo, janeiro 09, 2005

A estranha vida do professor de piano.














quinta-feira, janeiro 06, 2005

Incandescência(s).

Levanto-me da cadeira e saio do quarto. Pés descalços. Sento-me em frente ao piano e deixo-me estar, com a cabeça encostada. Passo os dedos pelas teclas sem deixar sair som algum. Levanto ligeiramente a cabeça e tiro os óculos. Respiro fundo. Fecho os olhos.

(E começo.)


O elemento humano (3).


O elemento humano (2).


O elemento humano (1).


Amen[sagem].

Apollo's Frock

put me back in the cold
I'm going to
Antarctica - it feels like these days,
our old meeting place,
in an LA cafe
or on the Serengeti,
the hunt has now
Begun.
cause I am tired of you taking from me
and I have let you eat from the fruits of my tree
I am not the one to turn into a Laurel wreath
for the last time you have crossed my line

you could never see
you could never see
Apollo's frock
was always as beautiful
always as beautiful as
the saddest rainstorm
Apollo your frock
was always as beautiful
always as beautiful
as your sister's
that your light shined on

how can you think you've won
when there can be no winners
the soul has been lost
of the bow and quiver
do you remember
well I remember
amid the clashing of swords
I'm losing you in my rear view
and I have called the Shekhina in
and the ninefold and a few other friends
you and your predators were warned
if the cubs were drawn in
for the last time you would officially
cross my line

you could never see
never see
Apollo's frock


[ Tori Amos: Scarlet's Hidden Treasures. ]

domingo, janeiro 02, 2005

Paragem obrigatória.

Se bem que já tenha terminado a saga, é essencial consultar Anger Pauly. Abaixo, duas das tiras mais engraçadas deste comic imperdível.




Acrescentos aos links.

Além da Purple Pussy, acrescentei aos links deste blog dois outros que são indispensáveis (entre tantos): o Daily Suppository e o Elftor.com.

Purple Pussy rocks!

Uma das grandes descobertas do ano passado - e, sem dúvida, um link a visitar sempre que possível durante este ano e seguintes -, a Purple Pussy é simplesmente genial (em todos os sentidos e mais alguns). Para satisfazer eventuais curiosidades, cliquem na imagem abaixo.


Citação do dia.

Maria Albertina
Como foste nessa
De chamar Vanessa
À tua menina?


[ António Variações: 'Maria Albertina'. ]

O bom filho.

Cerca de três meses e meio passaram desde o meu último post aqui no Maiúsculas. Não pensei voltar cá. Abandonar o navio é uma coisa que tendo a fazer bem (ainda que a custo). E, no entanto, eis-me. Passou-se muita coisa que rasuro porque recapitular, em início de ano, me parece má política. O que esperar daqui para a frente? Porque bloggar não é para quem quer (é para quem pode), daqui em diante: posts irregulares, em jeito de metralhadora, como e quando puder e conseguir, sobre exactamente aquilo que me apetecer.

Nem mais. Nem menos. Isto.

(Caprichoso? Sem dúvida.)