Estilhaços.
Ele levanta-se e vira-lhe as costas. Vira-se novamente e diz-lhe qualquer coisa irrepetível. Abre a porta e sai. Ouve-se o motor da carrinha e o som de pneus a afastarem-se. Do interior da velha casa, ela vê-o partir e pensa que, se no dia seguinte acordar e conseguir olhar marido e filhos nos olhos sem tombar num pranto aberto, a sua vida terá talvez seguido em frente; que terá sobrevivido. Mas o que são aqueles estilhaços que a incomodam quando respira - ali, à altura do seio esquerdo, um pouco para o meio do peito?